quinta-feira, agosto 07, 2014

Um olhar


© Elisa Fardilha

A pobreza diminuiu?
Transformou-se em prosperidade?
Ou p'ra arredores escorraçada?
Julgo que ela não restringiu
e até a sua liberdade
ficou, aos poucos, afectada.


Com espaços mais reduzidos
mal ou bem todos se alojaram.
Descrentes de nova expressão,
vivem os dias sem ruídos,
entregues ao que mais desejaram:
trabalho e p'ros seus, afeição.


De um lado, às vezes errados amores,
d'outro é normal sincero afecto;
na parte urbana, há luzes e festas,
nos casebres, apagam os ardores,
fruto de um dia bem completo
de trabalho e livre de sestas.


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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